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Qual o seu tipo de enxaqueca?

Foto do escritor: Ariely Teotonio BorgesAriely Teotonio Borges

A enxaqueca é mais do que uma simples dor de cabeça. Com vários tipos e sintomas específicos, ela pode se manifestar de formas distintas, impactando a vida de quem convive com essa condição de diferentes maneiras. Entender o tipo de enxaqueca que você tem é essencial para encontrar o tratamento adequado e evitar os gatilhos que podem desencadear as crises.


Tipos comuns de enxaqueca

1. Enxaqueca com aura: A enxaqueca com aura é marcada pela presença de sinais de alerta que surgem antes da dor de cabeça. Esses sinais podem incluir distorções visuais, como ver pontos brilhantes, luzes piscando ou linhas onduladas. Algumas pessoas relatam também formigamento nas mãos, nos lábios ou na língua, o que pode ser bastante assustador.

  • Exemplo: Você está em uma reunião importante e, de repente, perceber que sua visão está sendo “invadida” por manchas ou luzes brilhantes que dificultam a leitura ou foco nas pessoas ao seu redor. Esses sintomas visuais podem durar de 20 a 60 minutos, seguidos por uma dor de cabeça intensa. É comum que, ao ver esses sinais, a pessoa já saiba que a dor está por vir, podendo se preparar com medicações.

2. Enxaqueca sem aura: Esse é o tipo mais comum de enxaqueca, e a dor se apresenta de forma pulsante, geralmente em um dos lados da cabeça. Ela é acompanhada de sintomas como náuseas, vômitos e sensibilidade à luz e ao som.

  • Exemplo: Voltando para casa após um dia de trabalho e, ao se deitar, perceber uma dor latejante em um dos lados da cabeça, que só piora ao acender a luz ou ouvir sons altos. Nessa situação, muitas pessoas preferem deitar em um quarto escuro e quieto, evitando qualquer estímulo que possa agravar a dor.

3. Enxaqueca vestibular: A enxaqueca vestibular não é tão conhecida, mas é particularmente debilitante para quem a experimenta, pois causa tontura e sensação de desequilíbrio. Esses sintomas podem ocorrer com ou sem a dor de cabeça característica da enxaqueca.

  • Exemplo: Você está fazendo uma atividade comum, como lavar louça ou ler um livro, e subitamente sentir uma tontura intensa, como se estivesse em um barco balançando. Esse tipo de enxaqueca pode ser confundido com problemas no ouvido interno, mas, ao investigar, o especialista pode detectar que o sistema vestibular está envolvido nas crises.

4. Enxaqueca crônica: Considerada crônica quando a pessoa experimenta crises por 15 dias ou mais em um mês, a enxaqueca crônica afeta a vida de forma significativa, dificultando a realização de atividades cotidianas.

  • Exemplo: Para quem tem enxaqueca crônica, é comum lidar com a dor praticamente todos os dias. Isso pode impactar o humor, a produtividade no trabalho e até mesmo as relações pessoais, uma vez que a dor constante compromete o bem-estar e limita as atividades.

5. Enxaqueca menstrual: Esse tipo de enxaqueca ocorre exclusivamente em mulheres e está relacionado com as flutuações hormonais do ciclo menstrual, especialmente a queda dos níveis de estrogênio.

  • Exemplo: Muitas mulheres percebem que as crises de enxaqueca ocorrem logo antes ou durante o início do período menstrual. Essa enxaqueca pode ser tão intensa que afeta a rotina, e o uso de medicamentos preventivos durante essa fase do ciclo pode ser recomendado para amenizar os sintomas.

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    tipos de enxaqueca

Como descobrir o seu tipo de enxaqueca?

Identificar o tipo específico de enxaqueca nem sempre é fácil, já que os sintomas podem se sobrepor. No entanto, observar atentamente os sinais e a frequência das crises pode ajudar. Aqui estão algumas dicas para entender melhor sua enxaqueca:

  1. Mantenha um diário das crises: Anote cada episódio de dor de cabeça, incluindo a duração, intensidade, possíveis gatilhos (como estresse, determinados alimentos ou mudanças de clima), além de sintomas que ocorreram antes ou durante a dor. Isso pode ajudar seu médico a identificar um padrão.

  2. Observe os sintomas associados: A presença de sintomas como aura, tontura, sensibilidade à luz e ao som ou ligação com o ciclo menstrual são pistas importantes para determinar o tipo de enxaqueca.

  3. Procure por padrões hormonais: No caso das mulheres, perceber uma relação entre a dor e o ciclo menstrual pode apontar para a enxaqueca menstrual.

  4. Avalie a frequência e intensidade das crises: Crises frequentes e debilitantes que interferem na sua vida diária podem indicar a enxaqueca crônica, especialmente se ocorrem mais de 15 vezes por mês.


Quem pode ajudar com o diagnóstico?

Se você acredita que sofre de enxaqueca o melhor especialista para procurar é um neurologista especializado em cefaleia. Nós somos treinados para identificar as diferentes formas de enxaqueca e orientar sobre o tratamento mais adequado.

Compreender o seu tipo de enxaqueca é o primeiro passo para encontrar estratégias eficazes de manejo. Se você notar que as crises estão afetando sua qualidade de vida, é fundamental buscar a orientação de um especialista para um tratamento personalizado e adequado.


Sou Dra. Ariely Teotonio Borges, médica neurologista e trabalho junto com cada um dos meus pacientes, utilizando estratégias que os ajudem a melhorar sua rotina e qualidade de vida.



Fontes:

  • Mayo Clinic

  • American Migraine Foundation

  • Cleveland Clinic

  • National Institute of Neurological Disorders and Stroke

  • Harvard Medical School

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