Esse termo médico se refere a um distúrbio de movimento que afeta a coordenação, o equilíbrio e a precisão dos movimentos. Para quem convive com ataxia, tarefas simples do dia a dia podem se tornar desafiadoras.
Quais são os sintomas da ataxia?
A ataxia pode se manifestar de diversas maneiras, dependendo da gravidade e da área do sistema nervoso afetada. Entre os sintomas mais comuns estão:
Dificuldade em coordenar os movimentos: Como “errar a mira” ao tentar alcançar objetos.
Tremores: Podem surgir durante o movimento e se intensificar à medida que a mão se aproxima do alvo.
Problemas de equilíbrio: Incluem dificuldade em ficar de pé, caminhar em linha reta ou manter uma postura estável.
Caminhada alterada: Muitas vezes com os pés afastados para compensar a instabilidade.
Fala arrastada: Dificuldade em articular palavras de forma clara.
Problemas visuais: Como visão dupla ou dificuldade em alternar o olhar entre dois pontos.
Tontura e quedas frequentes.
Muitas vezes, a ataxia é confundida com sinais de embriaguez devido à semelhança dos sintomas. Isso acontece porque o uso de álcool também pode causar alterações temporárias no cerebelo, uma das áreas mais afetadas pela ataxia.
Causas da ataxia
A ataxia não é uma doença única, mas um sintoma que pode estar associado a diversas condições de saúde. As causas incluem:
Lesões no cérebro: Como tumores, AVCs ou traumatismos cranianos.
Deficiências vitamínicas: Especialmente de vitamina B1, B12 ou vitamina E.
Exposição a toxinas e medicamentos: Incluindo álcool, sedativos, anticonvulsivantes e lítio.
Doenças autoimunes: Como esclerose múltipla, vasculites ou doença celíaca.
Distúrbios metabólicos: Alterações na tireoide ou no controle do açúcar no sangue.
Doenças neurodegenerativas: Como atrofia de múltiplos sistemas ou ataxias espinocerebelares.
Doenças genéticas: Como a doença de Machado-Joseph, uma condição hereditária.
Complicações de AVC: A falta de oxigenação em áreas específicas do cérebro pode desencadear ataxia.
Como é feito o diagnóstico?
Identificar a causa exata da ataxia é essencial para determinar o tratamento mais eficaz. O neurologista é o especialista indicado para essa avaliação. O diagnóstico é feito em etapas, incluindo:
Histórico médico detalhado: Identificar como e quando os sintomas começaram e se há casos familiares.
Exame neurológico minucioso: Para localizar a área do sistema nervoso afetada.
Exames complementares: Que podem incluir:
Ressonância magnética ou tomografia do cérebro.
Testes de sangue e urina para verificar deficiências ou toxinas.
Eletroneuromiografia para avaliar os nervos.
Avaliações genéticas, especialmente em casos de ataxia hereditária.
Quais são as opções de tratamento?
O tratamento da ataxia depende diretamente da sua causa. Veja algumas abordagens:
Tratar a causa de base:
Deficiências vitamínicas: Suplementação adequada.
Toxinas e medicamentos: Interrupção da exposição ao agente causador.
Doenças metabólicas e autoimunes: Controle da condição subjacente.
Reabilitação:
Fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional são fundamentais para melhorar a coordenação e a qualidade de vida.
Medicamentos:
Em alguns casos, medicações podem ajudar a aliviar sintomas específicos, como tremores ou espasmos.
Tecnologias de apoio:
Órteses, dispositivos de mobilidade e adaptações para facilitar as atividades do dia a dia.
Neuromodulação:
Para casos mais graves, técnicas como estimulação cerebral profunda podem ser consideradas.

A ataxia é um desafio que pode impactar profundamente a vida das pessoas, mas há muitas estratégias para lidar com ela. O diagnóstico precoce e o acompanhamento de um neurologista são fundamentais para entender a causa e implementar o tratamento mais adequado.
Se você ou alguém próximo está enfrentando sintomas de ataxia, não hesite em buscar ajuda de um neurologista.
Sou Dra. Ariely Teotonio Borges, médica neurologista, e trabalho junto com cada um dos meus pacientes, utilizando estratégias que os ajudem a melhorar sua rotina e qualidade de vida.
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